segunda-feira, 1 de junho de 2009

A rodovia que soma mortos e marca vidas

O Nacional – Passo Fundo, 30/5/2009

Rodovia da Morte: o trecho de 28 km da RS 324 que liga Passo Fundo a Marau é um dos mais perigosos do estado. Somente neste ano, cinco pessoas perderam a vida em suas curvas, tendo como causa a combinação entre pista sinuosa, trânsito intenso de veículos e imprudência dos motoristas. Em cada curva, histórias de pessoas que perderam parentes e amigos, testemunhas oculares das tragédias e relatos de esperança que vão ao encontro da decisão do Daer, de duplicar a rodovia. Obra deverá custar mais de R$ 2 milhões e tem previsão de iniciar em dois anos

Os 28 quilômetros que ligam Passo Fundo a Marau, pela RS 324, são uns dos mais perigosos das estradas gaúchas. As boas condições da rodovia escondem um perigo: o excesso de curvas. Segundo informações do Daer (Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem), 13 curvas estão no trajeto da estrada, uma das mais antigas do interior do RS. A cada curva, a imprudência tem feito novas vítimas. Somente em 2009, cinco pessoas perderam a vida no trecho. O número de vítimas até maio beira o total de 2008, que foi de seis pessoas.

O traçado da pista aliado à imprudência e a um trânsito médio de 8 mil veículos por dia – que pode chegar a 14 mil em feriados prolongados – fazem com que a cada ano o número de vítimas só aumente. Os dados estatísticos disponibilizados pelo 1º BRBM (Batalhão Rodoviário da Brigada Militar) indicam também que nesses 28 km ocorrem 33% dos acidentes de toda a rodovia, de extensão total de 257 km. Os dados também revelam que até o dia 14, ocorreram no trecho 37% dos acidentes registrados em toda a extensão da RS 324.

Dos 17 mortos em toda a RS 324 no ano passado, seis deles foram vitimados no trecho que corresponde a 10% do total da rodovia. Em 2009, das sete pessoas que morreram em acidentes na estrada, cinco delas trafegavam entre Passo Fundo e Marau.

A imprudência como principal causa
Segundo o comandante do 1º BRBM, major Fernando Carlos Bicca, 94,8% dos acidentes que ocorrem na rodovia são por causas pessoais, que variam desde a falta de manutenção do veículo até a imprudência pura.
Ele afirma que a ultrapassagem em local proibido é responsável pelo maior número de acidentes, porque o traçado da pista faz com que existam apenas três pontos de ultrapassagem em todo o trecho. Isso, aliado ao intenso trânsito de veículos, especialmente de cargas pesadas, faz com que pessoas arrisquem a sua vida e a de outros. São três os pontos em que é registrada a maioria dos acidentes: as curvas de São Luiz da Mortandade e de Burro Preto e no perímetro urbano de Marau.

Os dados apresentados justificam o nome que a RS 324 carrega há alguns anos: Rodovia da Morte. Os relatos de pessoas que presenciaram acidentes, mortes ou que tiveram amigos e parentes vitimados pela imprudência dos motoristas diante das curvas da estrada são muitos. Algumas histórias se cruzam e outras merecem ser esquecidas.

Filhos órfãos e pais atônitos
Os vários acidentes registrados deixaram filhos órfãos. Outros, pais atônitos sem saber como agir. É o caso de Lori Bonamigo, moradora de Marau, que perdeu o filho de 24 anos para as curvas da estrada no final do ano passado. Conforme a mãe, o motorista de um caminhão estava fazendo uma manobra para entrar em um posto de combustíveis, mas, pela falta de sinalização, não fez o trajeto corretamente. Foi por isso que seu filho, que vinha de moto pela estrada, não conseguiu parar e bateu em cheio no caminhão. De acordo com Lori, o que se sabe é que o motorista do caminhão dirigia há cerca de 40 anos, sem nunca ter tido um registro sequer por infração. "A gente já perdeu muita gente nessa estrada. São filhos, parentes, amigos que se vão vítimas dessa estrada. Ela é o nosso câncer endêmico", desabafa.

Medo para ir ensinar
Ione Coldebella Pissolato mora na comunidade de São Luiz da Mortandade e trabalha como professora em Passo Fundo. Todos os dias ela utiliza a RS324 para ir até a escola em que leciona. Ela afirma que sente medo toda a vez que precisa viajar pela rodovia. "Eu procuro nem pensar, é muito perigoso. Principalmente quando chove", lamenta a professora. Além dela, as filhas também passam pela rodovia diariamente. Uma filha estuda em Passo fundo e a outra trabalha em Marau. "A gente fica ansiosa", confessa. O receio que Ione sente ao embarcar em um veículo que vai fazer o trajeto da RS é justificado pelas inúmeras colisões que a professora já presenciou e também e por ter tido familiares que se acidentaram no local.

Em busca de uma rodovia mais segura e com controle de velocidade, a professora faz parte de uma comissão que quer instalar uma lombada eletrônica na estrada, próximo a São Luiz da Mortandade, em um dos trechos mais perigosos da pista.

CPI Trajeto diário, preocupação constante
Pegar a estrada duas vezes ao dia depois que o sol já se escondeu e a escuridão é apenas mais um dos muitos agravantes de uma viagem tensa e angustiante: essa é a rotina enfrentada por inúmeros estudantes que precisam percorrer o trajeto entre Marau e Passo Fundo diariamente. Entre eles está a acadêmica de Jornalismo Rejane Pasqualotto que vê na insegurança da estrada um motivo para constante preocupação. "Vir a Passo Fundo pela RS 324, ou a Rodovia da Morte, que é com certeza sua melhor definição, é pensar em uma das piores horas do dia", conta a aluna. "Cada vez que entro no ônibus, rezo para fazer uma boa viagem. O medo se torna ainda maior quando chove, pois cresce a probabilidade de acidentes, nessas noites é comum passar por acidentes", explica Rejane.

Segundo a estudante, tornou-se habitual ver carros destruídos na estrada e pessoas feridas. "Uma vez aconteceu até de eu ver uma pessoa morta, uma cena extremamente forte, que perturba", afirma. "A angústia é constante. Sempre que o motorista freia, a maioria dos passageiros reage imediatamente, tentando enxergar se aconteceu alguma coisa", explica ela, que vê nas muitas curvas um dos principais problemas da estrada. "Elas parecem chamar os motoristas a invadir a pista contrária e a provocar um acidente. Apesar disso, a estrada é boa no sentido de conservação, não possui buracos, e esse é o ponto positivo", observa a acadêmica, que aponta a imprudência dos motoristas como um agravante para a complicada situação da rodovia.

Perdendo clientes para a rodovia
Um barulho diferente chama a atenção dos moradores próximos à curva da capela de São Luiz da Mortandade e o comerciante Adelar Roberto Pagnussat já sabe que foi uma batida. "A gente ouve o estrondo e chega a arrepiar", conta. Os acidentes, que não são raros, a estrada com sinuosas curvas e os trechos sem acostamento fazem com que muitas pessoas tenham medo de enfrentar a viagem pela RS 324.

De acordo com Adelar, o perigo em utilizar a rodovia já está influenciando diretamente nos negócios dele, que tem um estabelecimento que vende erva-mate e outros produtos coloniais em São Luiz da Mortandade. Ele conta que por receio de acidentes na estrada, ele está perdendo a clientela. "Tô perdendo cliente, porque eles têm medo", conta. A mesma fobia dos clientes de Adelar, o comerciante sente na pele, pois mora em Marau e todos os dias faz o trajeto de São Luiz para a cidade. "Já vi muitos acidentes, a curva é terrível", justifica.
Além da pista cheia de problemas, o vendedor afirma que a falta de responsabilidade dos motoristas também ajuda nas colisões. "A imprudência, o pessoal corre demais", finaliza.

Lucrando com a RS 324
Antônio Ribeiro da Rosa trabalha há 17 anos em uma borracharia às margens da RS 324, próximo ao trevo de acesso a Passo Fundo. Segundo ele, mais de 30 atendimentos são feitos por dia para motoristas que trafegam no trecho e tem um pneu danificado por corte, perfuração ou outro problema relacionado à conservação. Devido à demanda, ele mantém o serviço 24 horas, contando com o apoio de outros funcionários.

Antônio relatou uma queda na procura dos serviços ao longo dos anos, visto que a rodovia, segundo ele, não apresenta mais mau estado de conservação e por isto não ocasiona tantos problemas como antes. Mesmo assim, ele diz que lucra com o trabalho. O custo para uma reparação simples em pneu de caminhão, por exemplo, é R$ 15, para pneu de carro de passeio o valor é, em média, R$ 8. No pátio da borracharia ficam os pneus já descartados pelos motoristas. Seu Antônio conta que por semana recolhe mais de 30 peças.

Tráfego em comboio
Segundo a proprietária da empresa Vitória Turismo, Leiri Dallacort, a RS 324 é uma preocupação constante para os motoristas. "Orientamos nossos funcionários a trafegar sempre em comboio, dessa forma, caso ocorra algum imprevisto, logo ficamos sabendo e procuramos solucionar da melhor maneira possível. Os motoristas também se sentem mais seguros assim", relatou a proprietária da empresa.

Segundo Leiri, semanalmente, algum veículo apresenta problema, principalmente, nas rodas e nos pneus, o que acaba comprometendo parte dos lucros. "A RS 324 é muito movimentada, nossos motoristas são orientados a respeitar o limite de velocidade bem como a manter uma distância segura entre os veículos. O problema é que em muitas ocasiões, outros motoristas não respeitam a sinalização e trafegam perigosamente pelo trecho, muitas vezes obrigando os ônibus a frear bruscamente para dar lugar a carros menores e tendo que ir para o acostamento", destacou.

A empresária aponta os desníveis da pista e a carência do acostamento em alguns pontos, como um dos fatores que mais causam danos aos pneus dos veículos da frota. Neste ano, a empresa registrou envolvimento em apenas um acidente grave, que aconteceu no dia 13, quando chovia.

Não só para apagar o fogo
Histórias como essas são comuns entre moradores ou comerciantes próximos da rodovia e não é para menos, os dados dos corpos de bombeiros de Passo Fundo e Marau são significativos. Segundo o major Gilcei Leal da Silva, do Corpo de Bombeiros de Passo Fundo, em 2008 o grupo atendeu 28 acidentes, com seis mortos e 43 feridos. Em 2009, nove acidentes já foram contabilizados, não houve morte, mas foram 15 os feridos.

Os números do Corpo de Bombeiros de Marau não diferem muito. De acordo com o bombeiro Varlei Apolinário, no ano passado foram 78 acidentes atendidos por eles, com cinco mortes e 74 feridos. Os trechos da rodovia são os mais variados. Os principais: São Luiz da Mortandade e a perimetral de Marau, com duas mortes cada.

História e fé da Mortandade
Alguns dos acidentes acontecem próximos a São Luiz da Mortandade. Muitas pessoas atribuem o nome da localidade às mortes que aconteceram naquele ponto. Na verdade, o nome deve-se a mortes sim, mas não envolvendo a estrada. Conforme o padre Carlos Jaroceski, da paróquia Cristo Rei, de Marau, o nome Mortandade surgiu devido ao arroio que passa ao lado da capela São Luiz da Mortandade. Segundo o que conta a história, em suas margens aconteceu a "mortandade" de uma tribo de índios. São Luiz é de São Luiz Gonzaga, o padroeiro da comunidade. "É a mistura religiosa e histórica", esclarece o padre.

Duplicação em dois anos e outras melhorias ainda em 2009
Segundo o engenheiro coordenador do 6º Distrito Operacional do Daer em Passo Fundo, Fabiano de Oliveira Pereira, o departamento tem previsão de realizar obras na RS 324 em três períodos diferentes.

Estão previstas para junho a instalação de nova sinalização vertical e melhorias na sinalização horizontal no trecho Passo Fundo-Marau. Pontos importantes como a curva de São Luiz da Mortandade e a perimetral de Marau irão receber placas indicativas. Cerca de 400 novos tachões refletores serão instalados em 11 curvas para impedir as ultrapassagens e cerca de mil tachões menores entre a pista e o acostamento, para garantir mais visibilidade da estrada.

Conforme Pereira, a médio prazo, o Daer irá fazer a restauração do trecho entre Encruzilhada Natalino e Vila Maria. A obra prevê a melhoria da pista e a construção de terceiras pistas, inclusive no trecho entre Passo Fundo e Marau. A restauração faz parte do programa emergencial do governo do estado que inclui também melhorias na RS 135 e RS 153. Dos 237 km de nova pavimentação, 130 km serão na RS 324. O projeto será encaminhado à central de licitações e o edital deverá ser publicado em junho. O coordenador afirma que a rodovia é prioridade. "Dentro de poucos meses as obras devem iniciar e nossa estimativa é que estejam concluídas em fevereiro", garante.

A longo prazo está a tão sonhada, desejada e aguardada duplicação do trecho. O engenheiro informa que também em junho será aberta licitação para a empresa que fará o projeto de duplicação da rodovia. Além disso, terceiras e quartas pistas serão construídas entre Passo Fundo e Marau. "Temos a previsão de que a elaboração do projeto leve em torno de oito meses, além do tempo até a abertura do edital e o conhecimento da empresa vencedora", diz. A estimativa é de que em dois anos seja dada a largada inicial nas obras de duplicação do trecho. Até lá o governo terá que conseguir os cerca de R$ 2 milhões que custará toda a obra, já que muitos trechos do traçado certamente terão que ser refeitos.

Várias tentativas, diversas promessas
São históricas as tentativas parlamentares de intervir com o governo do estado em busca de uma solução. Vai governo e vem governo, e a obra é prorrogada. Confira o que representantes de Passo Fundo e da região têm a dizer sobre a famigerada RS 324.

"Não é de hoje que RS 324 é uma prioridade. Há oito anos, eu, na condição de secretário dos Transportes, desenvolvi um projeto dentro de um programa internacional com o Banco Mundial para que a rodovia fosse recuperada e ampliada na sua capacidade, o que naquele momento teria mitigado muitas dificuldades e por certo teria evitado muitos acidentes. A obra previa a construção de pelo menos 11 terceiras faixas em todos os pontos de estrangulamento, a exemplo de São Luiz da Mortandade, e em todas as outras curvas. A terceira faixa facilita a ultrapassagem e evita o choque frontal, que é o acidente mais característico da RS 324, por ultrapassagem em local indevido, provocado pela pressa, intolerância e falta de paciência em razão do grande fluxo de veículos. Em 2002 eu assinei esses contratos e nós chegamos a dar ordem de início para a Pavia Construções Ltda., empresa portuguesa que ganhou três lotes daquele programa de sete. No governo Rigotto, posterior ao nosso, a empresa executou praticamente todo o contrato dela na região da Serra. Então deixamos contratado, terminou o nosso governo, o governo seguinte não deu continuidade e o governo atual também não. Então há uma irresponsabilidade dos que sucederam a nossa administração em não ter utilizado um contrato assinado que você pode a qualquer momento retomar. Inclusive hoje. Evidentemente que oito anos depois a duplicação é uma inequívoca necessidade e temos que lutar por essa obra. É preciso destacar que fazer um projeto executivo de duplicação demora pelo menos um ano. Depois serão mais alguns meses para fazer o licenciamento ambiental e mais alguns meses para fazer a licitação. Já são, no mínimo, dois anos desde o planejamento da duplicação até que comecem as obras, e pelo menos outros dois anos para executar a obra. Eu lamento muito a omissão do governo Rigotto e deste, pois até o presente momento não está executado um contrato que foi celebrado entre o Estado e uma empresa. O recurso não está perdido, porque é um contrato de financiamento internacional, eram US$ 150 milhões do Banco Mundial e mais US$ 150 milhões do governo do estado. E nós organizamos licitação em sete lotes. Na região de Passo Fundo, era um lote de mais de 2 mil quilômetros de rodovias estaduais para manutenção e conservação ao longo de cinco anos. A empresa que ganhou a licitação tinha que executar as obras e por cinco anos, sem cobrar pedágio ou ser remunerada, fazer a manutenção." Deputado federal Beto Albuquerque (PSB)

"A duplicação da RS 324, trecho entre Passo Fundo e Marau, é a principal reivindicação da nossa região. Desde o início do mandato, comprometi-me a lutar com a comunidade e os órgãos representativos dos municípios por melhorias para a estrada. Já estive reunido diversas vezes com o atual diretor geral do Daer, Vicente Britto Pereira, para cobrar urgência nas obras. Antes disso, havia intermediado visita à região do ex-diretor do órgão, Gilberto Cunha, para fazer a inspeção do trecho. Sabemos que a pressão política aliada à mobilização da comunidade ajudam a garantir resultados. Também participei de reuniões com a Comissão Pró-RS 324, em Marau, e articulei audiências com o secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Daniel Andrade. Costumo dizer que a luta pela duplicação da RS 324 tem dois sentidos. O primeiro é o econômico, pois, com mais condições de trafegabilidade, teremos mais desenvolvimento e mais progresso. O segundo envolve a questão da vida. Não podemos mais admitir que centenas delas sejam perdidas nessa vergonhosa Rodovia da Morte. Nesta semana voltei à tribuna da Assembleia para defender que a mobilização em favor da RS 324 continue. Lembrei que a estrada criou um cenário desolador de mortes e acidentes no Norte do estado. A disposição do governo em construir terceiras pistas no trecho mais crítico da rodovia, enquanto a duplicação não sai do papel, é importante. Precisamos, porém, continuar cobrando rapidez na licitação e, depois, na execução das obras. Com a RS 324 duplicada, ganhará a região e ganhará o estado."
Deputado estadual Luciano Azevedo (PPS)

"A RS 324 é uma verdadeira estrada da morte. Estamos sempre brigando para que sejam destinados recursos no Orçamento do Estado para essa estrada. Acredito que neste ano ainda sejam viabilizadas as terceiras pistas. Essa é uma pauta permanente aqui. Quando se fala em estrada, a primeira que lembramos é Marau-Passo Fundo. As ultrapassagens no trecho muitas vezes são fatais. Quantas pessoas já perderam a vida ali. Só pelas vidas perdidas, já vale a pena fazer esta obra. A causa é urgente!"
Deputado estadual Giovani Cherini (PDT)

"É uma das rodovias mais perigosas do estado e necessita de ações urgentes."
Presidente da Assembleia Legislativa, Ivar Pavan

"Queremos transformar a Rodovia da Morte em rodovia do desenvolvimento"
Em defesa da vida e da segurança dos usuários da RS 324, o deputado Gilmar Sossella (PDT) também mobilizado pela imediata duplicação do trecho entre Passo Fundo e Marau. Sossella utiliza toda a força de seu mandato para sensibilizar o governo do estado a executar a obra. A meta é criar uma emenda coletiva ao Orçamento do Estado para 2010 que disponha os recursos necessários para este importante projeto. A restauração e manutenção do trecho entre Marau e Nova Araçá são resultados de diversas ações iniciadas em 2007. Em 2008, Sossella inseriu a RS 324 na pauta de debates da Assembleia Legislativa. Uma grande audiência pública foi proposta, por meio da Comissão de Serviços Públicos, e serviu para que órgãos do governo sentissem a necessidade das obras. A interlocução ocorreu por intermédio dos representes do Daer e da secretaria de Infraestrutura.

A pressão por melhorias na RS 324 também ocorreu por meio da Casa Civil. Ao lado de prefeitos, vereadores, membros da Comissão Pró-RS 324, empresários, líderes comunitários e imprensa, Sossella pediu urgência para as obras. A reivindicação também foi ouvida pelo secretário de Infraestrutura e pelo diretor geral do Daer, presentes na reunião.

Sossella luta pela duplicação da RS 324 por entender que a rodovia serve para escoar a produção da região Norte do estado, além de servir de ligação entre as regiões da Produção e Serra Gaúcha.

Gilberto Capoani: RS 324 também é minha prioridade
Desde que tomou posse na Assembleia Legislativa, o deputado Gilberto Capoani (PMDB) participou de audiências e reuniões nas quais reivindicou melhorias para a RS 324. Em seu primeiro ano de mandato, Capoani confirmou seu interesse pelo desenvolvimento da RS 324, solicitando inúmeras vezes ao Daer sua duplicação. No ano seguinte, em audiências com o secretário de Infraestrutura, Daniel Andrade, reivindicou obras de reestruturação no trecho de Marau-Casca-Nova Araçá e no trecho Passo Fundo-Pontão-Ronda Alta. Além disso, também requereu a duplicação de Passo Fundo a Marau e uma terceira faixa de Marau ao município de Casca. Capoani foi um dos grandes incentivadores da construção do trevo de acesso à cidade de Marau, na empresa Perdigão. Atualmente, a obra está em fase de finalização. Em janeiro, Capoani esteve com o prefeito de Marau, Vilmar Perin Zanchin, e com o diretor geral do Daer, Vicente Britto Pereira, para tratar sobre a continuidade das obras no trevo de acesso a Marau. Na data, também foi solicitada a abertura do processo licitatório para a construção das terceiras faixas ao longo da rodovia entre Passo Fundo e Marau. Também foi aberto processo licitatório para a contratação de projeto de duplicação da rodovia Passo Fundo-Marau.

"A RS 324 é uma das estradas mais antigas do Rio Grande do Sul e com o passar do tempo o fluxo de veículos foi aumentando, mas os investimentos não vieram para melhorar a estrada. Estivemos em Porto Alegre nesta semana e após reunião com o diretor do Daer, Vicente Britto Pereira, ficamos mais confiantes com a possibilidade real de investimentos na RS 324. A promessa é realizar investimentos na estrada em três momentos distintos. Inicialmente, a sinalização horizontal e vertical será qualificada. Em até 60 dias deve-se iniciar a construção das terceiras faixas em 13 pontos mais críticos da RS 324. Futuramente, pode ser concretizada a duplicação total da estrada. De qualquer forma, os investimentos iniciais já vão melhorar a qualidade da estrada e podem evitar grande parte dos acidentes. Foi criada uma comissão que irá se reunir mensalmente com uma engenheira do Daer, responsável pela execução dessas obras. Juntamente com representantes dos municípios de Marau e Casca, vamos ficar atentos ao cumprimento do cronograma proposto pelo Daer."
Vice-prefeito de Passo Fundo, Rene Cecconello

"Há muitos anos a reformulação da RS 324 é uma grande reivindicação de toda a nossa comunidade. Criamos a Comissão Pró-RS 324, composta por prefeitos e empresários da região, para buscar ações que conscientizem nossos governantes a priorizar os investimentos para a estrada. É essencial melhorar a rodovia, pois nos trajetos que passam por Passo Fundo, Marau, Vila Maria e Casca, circulam cerca de 7 mil veículos por dia e as notícias de acidentes com vítimas são inúmeras. Acreditamos que depois das últimas reuniões que aconteceram em Passo Fundo e Porto Alegre, com a diretoria do Daer, alguns investimentos serão efetivamente realizados, como a construção de terceiras pistas em alguns pontos muito perigosos da rodovia."
Presidente Acisa, Dimas Froner

"A RS 324 é importantíssima para a região Norte, pois é uma estrada de escoamento da produção e que concentra um intenso trânsito de veículos em função do grande número de pessoas que precisam se deslocar entre Passo Fundo e as cidades adjacentes para trabalhar e estudar. Há muitos anos são reivindicadas melhorias. Consideremos a melhoria da RS 324 com uma prioridade para a região, para melhorar a qualidade de vida daqueles que utilizam a RS 324 e moram nas suas redondezas. Agora, recentemente, tivemos a sinalização positiva de que o Estado fará licitação para a construção de terceiras pistas em alguns pontos mais críticos da estrada, cuja obra deve ser concluída em poucos meses. Além disso, a longo prazo, o Daer comprometeu-se em duplicar a estrada."
Prefeito de Passo Fundo, Airton Dipp

Passo Fundo-Marau – 28 km
Descrição – 2008 – 2009 **
Acidente com danos materiais – 114 – 49
Acidentes com lesões corporais – 65 – 32
Acidentes com morte – 4 – 5
Total de acidentes – 183 – 86
Feridos – 122 – 64
Mortos 6 – 5
** Dados até 14 de maio

Nova Araçá-Iraí: 257 km
Descrição – 2008 – 2009
Acidente com danos materiais – 334 – 129
Acidentes com lesões corporais – 191 – 86
Acidentes com morte – 15 – 8
Total de acidentes – 540 – 223
Feridos – 335 – 154
Mortos – 17 – 7

* Colaboraram na elaboração da matéria: Ana Luisa do Nascimento, Clarissa Ganzer, Daiane Colla, Daniela W. Lopes, Eder Calegari, Glenda Mendes e Marina de Campos